Carro elétrico: o que é verdade e o que é mito?

Carros elétricos estão ganhando mais espaço no Brasil, mas ainda existem muitas dúvidas sobre o uso diário.

Os carros elétricos estão dominando as atenções no mercado nacional. A chegada da BYD ao nosso território com os modelos Dolphin e Dolphin Mini, quebrou paradigmas, e hoje temos um volume considerável de emplacamentos de modelos movidos a bateria no Brasil.

No entanto, não são todos os brasileiros que aderiram a ideia de usar um carro elétrico, e muito disso acontece por causa da desinformação e por não conhecer o produto. Aqui, vamos desmistificar algumas histórias que se contam sobre modelos do tipo. Veja:

Carro elétrico dá choque?

Carro elétrico não dá choque. A verdade é que, diferente de outros sistemas e componentes elétricos, as baterias desses veículos são projetadas para isso não acontecer por ter justamente uma selagem especial para evitar de passar a corrente para os manutentores do item. Além disso, existem sistemas de segurança para cortar a passagem de corrente elétrica em caso de algum acidente ou qualquer outro tipo de problema mais grave.

Carro elétrico pode ter contato com água?

Sim. Inclusive pode ser lavado. Os carros elétricos têm as baterias e motores elétricos vedados. E todos eles passam por testes de encharcamento antes de chegar às lojas, o que garante a segurança dos usuários para enfrentar chuvas e fazer lavagens dos produtos.

Ponto que é importante ressaltar é o cuidado para enfrentar enchentes com esses carros.

Veículos elétricos até são mais pesados que modelos a combustão de porte correspondente, o que garante mais apoio das rodas no chão e possível tração em caso de alagamento. Mas, por segurança, o ideal é que não sejam feitas tentativas de atravessar enchentes. Afinal, nem todos os carros são pesados o suficiente para garantir isso.

SUVs e sedans de porte médio (para mais) pesando cerca de duas toneladas, ou pouco mais que isso, dificultam a ação da água, mas hatches de entrada, por exemplo, que pesam entre 1.000 kg e 1.500 kg, terão o mesmo fim que um Jeep Renegade ou um Honda City Hatch.

Afinal, carros de passeio não têm capacidade de imersão em águas declarada justamente por não ter o propósito de uma condução desse tipo, e os sistemas de ignição e chicotes elétricos de módulos ECU podem estar posicionados em pontos mais baixos.

Dessa forma, a depender da altura das águas, os sistemas elétricos dos veículos podem entrar em pane, e isso acarretaria na parada do carro.

Carro elétrico demora para carregar?

A demora na recarga é relativa à tomada que se usa. Se for utilizada uma fonte de energia de baixa capacidade, como 110V ou 220V, por exemplo, o tempo de carregamento é um pouco mais elevado.

No caso dos wallbox com potência entre 5 kW e 8 kW, o processo de encher a bateria é mais rápido. Em alguns casos, como do BYD Dolphin, esse tipo de carga leva 7 horas, já para um Renault Kwid E-Tech, o mesmo processo leva 3 horas. Depende do quanto de potência de recarga a bateria suporta. 

Fora que hoje já existem, no Brasil, algumas fontes de alta potência, prometendo cargas em 25 ou 30 minutos. Ainda que sejam mais difíceis de ser encontrados, os carregadores de alta potência existem e são mais comuns em rodovias.

Em São Paulo, por exemplo, a Porsche conta com um carregador da ABB de 350 kW em uma de suas lojas. Um Porsche Taycan, com bateria de 93,4 kWh, pode ser carregado (de 5% a 80%) em apenas 22,5 minutos.

Só é preciso que uma infraestrutura como essa se torne mais comum, e que todos os carros elétricos suportem tamanha potência de recarga, para que assim possamos ter o carregamento mais rápido.

Carro elétrico deixa a conta de luz muito mais cara?

É um mito. Afinal, a energia residencial será a mais em conta que você encontrará para fazer esse serviço. Nos postos de recarga pagos, o proprietário arcará com o valor da energia, mais impostos e o lucro do estabelecimento. Em casa, um kW custa menos de R$ 1, e isso quer dizer que você gastará bem menos para encher sua bateria que o tanque de qualquer carro a combustão. Como referência, um BYD Dolphin tem bateria de 44,9 kWh de capacidade, e isso quer dizer que seu abastecimento custará menos de R$ 44,90.

Carro elétrico tem manutenção mais barata?

Sim. A substituição dos motores térmicos por motores elétricos acarreta na redução de peças, enquanto o primeiro conta com cerca de 400 componentes, o segundo tem 50, por exemplo. Usando como referência um Renault Kwid, que vende versões com as duas motorizações citadas, o dono do hatch elétrico pode deixar de gastar 80% do que o dono de um Kwid 1.0 desembolsa nas revisões programadas.

Carro elétrico pode ser carregado em casa?

Sim. Os carros elétricos podem ser carregados em tomadas convencionais em casa. A dica é sempre ter um Wallbox na residência para acelerar o processo de recarga. No entanto, caso não tenha, uma fonte 110V ou 220V pode resolver o seu problema. Importante ter sempre no veículo o adaptador para conseguir fazer esse tipo de conexão.